domingo, 17 de fevereiro de 2008

Um dia de cada vez


Olá, voltei agora que os enjoos e a telha passaram.

Os dias após a "quimio" são afinal mesmo complicados e enjoados. Mas isso agora não interessa nada. Já só faltam 5 tratamentos e hoje escrevo-vos por outro motivo.

No primeiro dia disse-vos que não era uma pessoa fraca, e não sou. Mas tenho levado toda esta fase nublada da minha vida um bocado na desportiva por tenho tido ao meu lado pessoas à altura e com vontade de me ajudarem a ganhar esta guerra.

A minha filha Laura, de 2 anos, é a luz da minha vida e o pilar essencial para eu não cair. Nas horas difíceis ela tem sempre uma gracinha para fazer, uma festinha ou um beijinho para me dar, não há hipótese de estar triste ao pé de alguém tão doce.

Outro dos pilares é o marido fantástico que tenho, amigo e companheiro de todas as horas. Às vezes também me irrita, como todos os maridos, é do género "entra mudo e sai calado". Mas está sempre pronto ajudar e aceita-me com todos os defeitos que tenho, sou muito refilona!!

A família tem sido outro suporte muito importante. A minha mãe, afinal mãe é mãe, e a minha embora muito preocupada, disfarça muito bem e está sempre disposta ajudar e a mimar-me.

O meu pai, separados por muitos quilómetros (o que dói muito) mas sempre presente nos dias chave.

A minha sogra: a mulher das vitaminas, sopas, sumos, saladas e afins. Sempre preocupada com a minha alimentação, afinal as análises tem de estar boas para prosseguir o tratamento. Não lhe digam nada, mas no fim disto tudo não quero voltar a ver Beterraba, Uvas e sopa! Enfim, tem sido uma sogra à maneira.

O meu sogro, a minha cunhada (de quem já vos falei), o meu cunhado, os tios, tias, primos e primas.

Os vizinhos, os não vizinhos, os que conheço e os desconhecidos. Todos tem sido importantes nesta fase da minha vida.

E, como era de esperar, o último pilar são os amigos e colegas. Não vou dizer o nome de ninguém para não ser ingrata mas os amigos têm sido incansaveis, sempre a telefonarem, sempre disponíveis e sempre presentes.

Os colegas, esses tirando um ou outro todos tem sido surpreendentemente amigos e verdadeiros colegas. O chefe tornou-se também um amigo compreensivo.

Enfim, todos têm sido maravilhosos e sem o seu apoio não conseguiria sozinha tentar ganhar esta guerra.

Obrigada a todos pelo carinho.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

A 1ª de seis

Olá, conforme combinado volto hoje para vos contar como foi a minha aventura na primeira ida à quimioterapia.
Que medo! Que nervos! Cheguei à sala da "quimio" eram 8 da manhã mais a minha querida cunhada, uma amiga de todas as horas, uma verdadeira irmã.
Como devem calcular cheguei congelada de tantos nervos, afinal não sabia muito bem para o que ia e agulhas nem vê-las!!
Para tirar sangue e ficar com o catéter para o tratamento foi uma missão difícil, quatro espetadelas, um quase desmaio e muito stress. Mas enfim, tudo passou e o tratamento em si não se pode dizer que seja muito doloroso, é apenas um pouco demorado, saímos às 15 h. Agora os dias seguintes é que vamos ver como vão ser, adivinham-se complicados e enjoados, dizem as vozes da experiência.

Volto assim que conseguir. Beijos

sábado, 9 de fevereiro de 2008

A notícia

Olá, criei este blog para partilhar convosco a notícia que recebi hoje.
Há mais ou menos dois meses apareceu-me um nodulo no peito esquerdo, achei sempre que não seria nada de importante, mas hoje ouvi aquilo que jamais pensei um dia ouvir: "Tem cancro da mama."
Como devem calcular, nesse preciso momento uma cratera enorme abriu-se no chão e eu entrei dentro dela junto com o Nuno, o meu marido. Durante uma hora pensámos que o mundo ia acabar mas, arregaçamos as mangas e juntos decidimos que ainda havia muito para viver. Não me considero uma pessoa fraca por isso, o Nuno voltou ao trabalho e eu fui até ao cabeleireiro cortar o meu cabelo semi-comprido para me começar a mentalizar e por causa da menina linda que tenho em casa, a Laura.
Ah! Mas depois da ida ao cabeleireiro também voltei ao trabalho.
Volto daqui a quatro dias para vos contar a minha primeira aventura na quimioterapia.